08/02/2009

nada.

Falar de amores? Essa capacidade foi-se quando voltas-te. Porque não falo das coisas boas que entretanto aconteceram? Não tenho esse dom, desculpa. Para já, prefiro viver esses amores, talvez quando tudo der novamente uma volta de 180º eu volte a escrever sobre esses preciosos amores que tanto nos agoniam. Agora, falo do que sou, do que tenho, apenas mais desabafos…


Não sou ninguém, sou mais um ser invisível.

Parei, é fim da tarde, estou perto do mar, onde esse enorme sol laranja mergulha… Vou sentar-me à beira-mar, apenas para poder estar mais perto desse sol. Oiço vozes, tantas que é-me impossível distinguir até a voz da pessoa que mais amo. De um momento para o outro todas elas se desvanecem…PUFF! Estou sozinha. Não sei que se passou mas gosto do ambiente calmo para onde fui transportada. Encontro-me novamente isolada de tudo, todos… a solidão já não tem segredos para comigo, somos amigas íntimas, partilha-mos tanto, este, e apenas mais um momento a sós com ela, tal como todos os amigos, mantenho-a por perto. Não é como a descrevem, escura e agoniante… já foi, ate para mim, mas porque não a conhecia, pensava não ser importante, hoje, é essa praia ao fim da tarde com uma brisa quente, onde sou o que sempre fui, onde penso no que irei ser.
Falo o que quero e oiço o que não quero, (os conselhos são isso mesmo) no fim despeço-me e sigo novamente o meu caminho…

Vou na rua, passo por milhares de caras, cada uma com os seus traços, cada uma com uma história, cada olhar preso nos seus pensamentos. Não sei se serão ele os egoístas ou eu a cusca por querer saber todas as suas histórias… chamem-me parva mas vou na rua a olhar para todas essas pessoas com um sorriso, talvez nem sinta a felicidade que transmita, mas tenho esperança que alguém olhe para o meu sorriso e que o seu dia também tenha um pouco mais de cor… estúpido? Então sim, sou estúpida por querer a felicidade dos desconhecidos. Não sou ninguém, ninguém de importante, nem de muitos amigos, e os que tenho, raramente os posso agarrar, daí me ter apegado tanto à solidão…
Conhece cada lágrima, cada choro, cada suspiro, cada sorriso, se os melhores amigos são os que nos conhecem melhor, então posso considerá-la uma melhor amiga.
Muitas das vezes ela acolhe-me. Com ela reflicto todas as minhas atitudes…
Sou feliz?
Não
.
Posso ter-te a ti, a ti, a ti e a vocês, as pessoas mais importantes, mas não sou feliz, apesar de vos ter, sinto-me demasiado só. Não gosto do que sinto, não quero que mais ninguém o sinta, por isso sorrio para ver todos a minha volta minimamente felizes.
Por vezes estou rodeada por vocês e parece que não estou lá. Se sonhassem no quão invisível vocês me transformam… Vou embora e ninguém dá pela minha falta.
Não sou ninguém de importante.
Olho em volta e vejo gente feliz, parcialmente pelo menos, com todos aqueles a que chamam amigos e sinto falta, falta do único lugar onde sei que também tenho esse tipo de atenção, aquele pequeno paraíso a beira mar, com um por do sol único…Onde não me chamam por querem um favor, ou para contar o que outro fez, chamam-me apenas porque me querem lá, porque a minha companhia é importante.


Porque me escondo tanto? Porque não quero ter “amigos” novos, se já com estes sofro, para quê ser masoquista?

Confuso? Até para mim.
Tenho a cabeça atulhada e nada me saí.



Sinto-me invisível, em resume.

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